Uma nova investigação na Justiça Federal envolve Agnelo Queiroz em desvios no Ministério do Esporte
MURILO RAMOS
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Adinâmica dos escândalos em Brasília ensina que, quando o acusado deixa o governo, a situação arrefece. O caso do Ministério do Esporte contraria essa lógica. Orlando Silva deixou o cargo, mas a crise que chegou a seu antecessor, o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), está longe do fim. Nos próximos dias, a Justiça Federal receberá um processo em que Agnelo é acusado de receber dinheiro desviado do Esporte para uma organização não governamental – prática denunciada em outros episódios envolvendo a pasta. O caso expõe ainda mais o atual governador, depois de ÉPOCA ter revelado que ele ajudou o policial militar e ongueiro João Dias a montar uma farsa na defesa de um processo sobre desvios de R$ 2 milhões. Agnelo nega a proximidade com Dias, mas foi desmentido pelo conteúdo de gravações telefônicas.
No dia 27 de outubro, o juiz Omar Dantas Lima, de Brasília, determinou o envio do inquérito 018/2008 à esfera federal. Segundo a polícia, o presidente do Instituto Novo Horizonte, Luiz Carlos Medeiros, desviou R$ 3,4 milhões recebidos dos ministérios do Esporte e da Ciência e Tecnologia. De acordo com a testemunha Michael Vieira da Silva, Agnelo recebeu parte dos recursos desviados. Michael diz ter presenciado conversas telefônicas em que Agnelo pedia dinheiro a Medeiros. Diz ainda que Medeiros doou computadores e ajudou a financiar a campanha de Agnelo ao Senado em 2006, ao promover festas com garrafas de champanhe de R$ 300.
Um dono de ONG, acusado de desviar dinheiro público, promoveu festas para a campanha de Agnelo
“Tal contribuição foi decisiva para que Agnelo repassasse o convênio do programa Segundo Tempo para a ONG”, diz Michael. Medeiros disse à polícia que Agnelo não teve participação na liberação dos recursos para sua entidade. Em nota, Agnelo nega ter recebido dinheiro de Medeiros e diz que não facilitou o convênio. Afirma apenas que Medeiros apoiou sua campanha.
Apesar do testemunho, o delegado Fábio de Farias não citou Agnelo em seu relatório. O promotor Mozar de Souza, porém, discordou e encaminhou a apuração à Justiça Federal. No governo Agnelo, o delegado Farias ganhou uma diretoria da Polícia Civil. O delegado Giancarlos Zuliani, que mencionou o envolvimento de Agnelo com as ONGs de Dias, passou a um posto de menor prestígio. Em meio aos diferentes interesses em jogo no Distrito Federal, a guerra de cargos continua. Na semana passada, Agnelo exonerou 68 delegados da Polícia Civil após a TV Globo divulgar áudios que revelam sua proximidade com Dias.
ENQUANTO OS COMANDOS DAS POLICIAS ESTADUAIS ESTIVEREM NAS MÃOS DE GOVERNADORES, NUNCA TEREMOS UMA POLICIA EFICAZ, E IMPARCIAL. É PRECISO LEVAR UM PRJETO A ESFERA FEDERAL PARA QUE ESTES COMANDOS SEJAM DESIGNADOS PELA POLICIA FEDERAL OU NUNCA TEREMOS OS VERDADEIDOS BANDIDOS PRESOS.
ENQUANTO OS COMANDOS DAS POLICIAS ESTADUAIS ESTIVEREM NAS MÃOS DE GOVERNADORES, NUNCA TEREMOS UMA POLICIA EFICAZ, E IMPARCIAL. É PRECISO LEVAR UM PRJETO A ESFERA FEDERAL PARA QUE ESTES COMANDOS SEJAM DESIGNADOS PELA POLICIA FEDERAL OU NUNCA TEREMOS OS VERDADEIDOS BANDIDOS PRESOS.
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