Substância suspeita de causar câncer foi encontrada na Coca-Cola.
A Coca-Cola vendida em vários países, inclusive no Brasil,
continua apresentando níveis elevados de uma substância química
associada a casos de câncer em animais, e que já foi praticamente
eliminada na versão do refrigerante comercializada na Califórnia, disse
na terça-feira o Centro para a Ciência no Interesse Público, com sede
nos EUA.
A entidade disse que amostras da Coca-Cola recolhidas em nove
países mostraram “quantidades alarmantes” da substância
4-metilimidazole, ou 4-MI, que entra na composição do corante caramelo.
Níveis elevados dessa substância foram relacionados ao câncer em
animais.
Em março, a Coca-Cola e sua rival PepsiCo anunciaram ter pedido aos
fornecedores do corante para que alterassem seu processo industrial, de
modo a atender a uma regra aprovada em plebiscito na Califórnia para
limitar a exposição de consumidores a substâncias tóxicas.
A Coca-Cola disse na ocasião que iniciaria a mudança pela Califórnia,
mas que com o tempo ampliaria o uso do corante caramelo com teor
reduzido de 4-MI. A empresa não citou prazos para isso.
Na terça-feira, a Coca-Cola repetiu que o corante usado em todos os
seus produtos é seguro, e que só solicitou a alteração aos fornecedores
para se adequar às regras de rotulagem da Califórnia.
Segundo o CCIP, amostras da Califórnia examinadas recentemente
mostravam apenas 4 microgramas de 4-MI por lata da bebida. A Califórnia
agora exige um alerta no rótulo de um alimento ou bebida se houver a
chance de o consumidor ingerir mais de 30 microgramas por dia.
Nas amostras brasileiras, havia 267 microgramas de 4-MI por lata.
Foram registrados 177 microgramas na Coca-Cola do Quênia, e 145
microgramas em amostras adquiridas em Washington.
- Agora que sabemos que é possível eliminar quase totalmente essa
substância carcinogênica das colas, não há desculpa para que a Coca-Cola
e outras empresas não façam isso no mundo todo, e não só na Califórnia –
disse em nota Michael Jacobson, diretor-executivo do CCIP.
A FDA (agência de fiscalização de alimentos e remédios dos EUA) está
avaliando uma solicitação do CCIP para proibir o processo que cria
níveis elevados de 4-MI, mas disse que não há razão para crer em riscos
imediatos aos consumidores.
Neste ano, um porta-voz da FDA disse que uma pessoa teria de consumir
“bem mais de mil latas de refrigerante por dia para atingir as doses
administradas nos estudos que demonstraram ligações com o câncer em
roedores”.
A Coca-Cola disse na terça-feira que continua desenvolvendo a
logística para adotar o novo corante caramelo. ”Pretendemos ampliar o
uso do caramelo modificado globalmente, para nos permitir agilizar e
simplificar nossa cadeia de fornecimento e os sistemas de fabricação e
distribuição”, disse a empresa em nota.
Uma porta-voz não quis comentar os custos dessa mudança.
Fonte Correio do Brasil
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