sábado, 2 de junho de 2012

O apoio da máquina: crime e possíveis compensações



A máquina municipal está dividida. Isso não temos a menor dúvida. O grupo que participou unido da reeleição de Marquinho não existe mais. A cúpula decisória do governo, que antes juntava até 20 pessoas, hoje não passa de seis. Para quê, então, ter o apoio desta máquina sem potência ? 

Uma máquina pode passar muitos votos apenas em determinadas condições. Vc vai inaugurar uma obra e leva seu candidato. Ou faz a propaganda para si mesmo, caso tente a reeleição. Mas no caso de Cabo Frio, como isso ocorrerá ? Marquinho vai inaugurar uma obra e levar Janio com ele ? Vai dizer que Janio teve alguma participação na mesma ? Acho difícil isso acontecer e se acontecer, não vai colar.

Bom, muitos vão dizer que a máquina pode empregar muitos correligionários. Isso é verdade, mas no momento atual isso terá que ocorrer à margem da lei. As denúncias pipocarão por todo canto e o efeito pode ser o oposto. Isso se a justiça eleitoral não descobrir.

Outros dirão que a máquina dá muito dinheiro para a campanha. Sim, isso também é verdade. Mas no caso específico de Cabo Frio, este dinheiro terá que ser o mais sujo possível, advindo do próprio erário e não da maioria das empreiteiras e dos prestadores. Sabem pq ? Pq a maioria desses não está nem um pouco feliz com a escolha de Janio como candidato do governo, primeiro por não acreditar que ele vença, depois por não ter confiança nele. Se esta gente casar dinheiro na campanha do deputado, pode acreditar, leitor, o motivo foi um só: Janio garantiu que as mamatas deles vão continuar.

O apoio da máquina traz partidos e tempo de TV. Mas apenas metade do tempo de tv é proporcional. A outra metade, não. Logo, não é uma vantagem tão grande assim, principalmente pq um grande arco de alianças força também a distribuir tempo para mais candidatos a vereador 


Mas e a grande nominata ? Com os números tão em baixa nas pesquisa, qual candidato a vereador da base governista vai querer pedir votos para Janio sabendo que pode perder o seu próprio em um contexto onde grande parte da cidade mostra, pelo menos até agora, querer o oponente ? Os candidatos ao cargo de vereador têm que entender que correrão um grande risco se se identificarem como candidatos de um governo com tamanha rejeição. 

Por fim, uma máquina pode comprar cabos eleitorais e espalha-los pela cidade inteira, infestar o município de cartazes, carros de som, outdoors, santinhos e até dar grana no dia da eleição. Mas qual o impacto disso na decisão do eleitor ? Depende do contexto. Em 2004, não se via um único plástico ou santinho de Paulo César na cidade e ele quase ganhou a eleição. E os índices de aprovação de Alair eram altos e os de rejeição à Marquinho eram baixos.

Enfim, Janio pegou o apoio da máquina, mas de uma máquina sem potência, enferrujada e queimando óleo.  


Fonte Blog do Chicão : História, Música e Sociedade

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