Líder do Partido da República na Câmara,
o deputado Anthony Garotinho (PR-RJ), que hoje está na frente nas
intenções de voto para o governo do Estado, distante do senador
Lindbergh Farias (PT-RJ) e do vice-governador Luiz Fernando Pezão, do
PMDB, respondeu com um pesado discurso às críticas formuladas na última
edição da revista semanal de ultradireita Época, de propriedade da Editora Globo.
No plenário da Câmara dos Deputados,
Garotinho disse que apoia a convocação dos dirigentes da emissora pela
Comissão da Verdade, para explicar o apoio do grupo à ditadura militar. O
parlamentar também denunciou uma suposta conta de João Roberto Marinho
num paraíso fiscal e citou até o suposto envolvimento do diretor de
jornalismo, Ali Kamel, no escândalo do Banestado.
Leia aqui o discurso
“Sr. Presidente, meus colegas Deputados, no final de semana, fui surpreendido por uma matéria publicada na revista Época, de
propriedade das Organizações Globo, uma verdadeira salada. A matéria
não dizia coisa com coisa, tentando induzir o eleitor, como se eu
tivesse feito alguma coisa errada ao alugar, com a quota parlamentar, um
carro aqui em Brasília, para meu uso pessoal,de uma empresa que
licitamente ganhou a concorrência na Prefeitura de Campos.
“As Organizações Globo, Sr. Presidente,
há muito tempo, têm essa mania de afrontar as pessoas, de mentir, de
caluniar. Alguns recuam. Eu, como não devo nada à Globo e sei que aquela
matéria é mentirosa, falsa e eleitoreira, quero fazer aqui um desafio
aos autores da matéria e aos proprietários das Organizações Globo.
“Sr. João Alberto Marinho, Sr. José Roberto Marinho — seu irmão —, quem comprou a TV Globo de
São Paulo com uma procuração falsa foi o seu pai, não foi ninguém da
família Garotinho, e ninguém toma atitude contra vocês porque neste País
a Justiça tem medo das Organizações Globo. O processo se arrasta há
anos, trocando de juiz para juiz, de desembargador para desembargador, e
ninguém dá a sentença de uma televisão comprada com uma procuração
falsa, Sr. Presidente.
“Quero dizer mais: a família Garotinho, a
D. Rosinha Garotinho, atacada injustamente na matéria; a minha filha, a
Deputada Clarissa Garotinho; e eu fomos eleitos pelo povo. O que vocês
têm vocês ganharam prestando favores à ditadura militar. Vocês ganharam
canal de rádio e canal de televisão prestando serviços aos ditadores de
plantão.
“Fala-se aí em convocar Fulano,
Beltrano, para ir à Comissão da Verdade. Quem tem que ir à Comissão da
Verdade explicar porque mentiram nas Diretas, quando tinha um comício em
São Paulo e disseram que era comemoração do aniversário da cidade… O
Deputado Arlindo Chinaglia sabe disso. Mentiram no Jornal Nacional.
“Eu queria ir um pouquinho mais além. O
Sr. João Roberto Marinho deveria explicar porque no ano de 2006 tinha
uma conta em paraíso fiscal não declarada à Receita Federal, com mais de
100 milhões de reais, e porque a Receita Federal não fez nada em 2006.
Deveria explicar mais: o Sr. Ali Kamel estava na lista dos que estavam
com dinheiro no escândalo do BANESTADO. O Sr. Ali Kamel é o editor do Jornal Nacional, Diretor de Jornalismo da Globo.
“Olhem o rabo de vocês. Vocês não têm
autoridade moral para criticar ninguém na política deste país, muito
menos alguém que foi prefeito da sua cidade duas vezes, governador de
Estado, secretário de Estado três vezes, deputado estadual, deputado
federal, minha esposa é prefeita pela segunda vez, minha filha é
Deputada, e eu moro na mesma casa em que nasci, na Rua Saturnino Braga,
44, no Bairro da Lapa.
“Então, estou hoje aqui indignado e peço
que V.Exa. e os colegas votem o projeto de direito de resposta sumário,
porque se não essa gente vai continuar fazendo isso. Mentem e daqui a 5
anos, nós vamos ganhar o direito de resposta.
“Se a Globo pensa que vai fazer comigo o
que ela faz com Sérgio Cabral, com Eduardo Paes e aquele bando de
frouxos do PMDB do Rio de Janeiro, que não aguentam uma notinha no Jornal Nacional, que não aguentam uma notinha na Coluna do Ancelmo Gois, estão muito enganados. Pode vir quente que eu estou fervendo”.
Fonte Correio do Brasil